As glicínias estão em flor

Hoje, ao sair da cozinha, levei com uma núvem de perfume que me levou de volta àminha primeira infância.
Havia uma casa com um muro que fazia fronteira com a casa da minha melhor amiga - a Maria. Esse muro estava coberto por uma sebe de glicínias que, normalmente até atrapalhavam as brincadeiras, porque atraiam abelhas e abelhões e outras coisas que picavam, mas o perfume ficou-me gravado na memória. A a cor. Aquele mar de azul alilasado, perfumado era lindo.
Mais tarde, em casa do meu avô também havia glicínias. Trepavam pelas árvoras acima, invadindo uma figueira muito retorcida de onde o avô pendurara um baloiço improvisado para mim. Nessa altura já não me importava muito com as abelhas e os abelhões. Já era crescida.
Mas o perfume das glicínias, e o azul do céu nos ramos da figueira, trazem-me do fundo da arca das memórias momentos de felicidade absoluta. Daquela felicidade morninha e aconchegante que apenas é possível na infância. Que momentos ficarão gravados nas memórias das minhas filhas? Será que no meio de tantos canais de TV, desenhos animados, Barbies, novelas, jogos de computador, actividades extra-curriculares, ..., ainda há espaço para momentos que lhes proporcionem essas sensações? Por vezes tenho dúvidas.

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